domingo, março 03, 2013


Dissolução

Inexisto e insisto
Na sombra da árvore

Perante o inoportuno
Uma nulidade aérea
Beija a areia no chão
E os grãos desfiam-se, multiplicam-se
Deslizam pelo vento
Ecos que imitam catarses
Pelo tempo

No vento o chão implora
Por mais afetividade

Mas os grãos desintegram-se
Desfiam-se,
Desaparecem
Misturam-se com a paisagem
Caem sobre nós sem sabermos

A dissolução emerge desamparada
E o cântico final é silenciado.