sábado, dezembro 29, 2007

Abre-se o túmulo e desce alguma da minha carne
Depois fazem subir-se também alguns ossos meus
Num lençol branco, já não merecem urna
São o derradeiro significado do Nada e
Ao baterem na urna emitem um estranho som rígido
e oco

E desvanece-se também algum do meu sorriso
E convidam-se algumas das minhas lágrimas despudoradas

Fecha-se o sol duas vezes e colocam-se chocolates sobre a mesa

Fixos os olhares no chão
Contemplo a pobreza. Hoje durmo ao relento.
Ainda que houvessem mil casinos e hotéis em meu poder, hoje seria apenas mais um sem abrigo