segunda-feira, novembro 20, 2006

Sangravas ao som de congéneres líricas, brilhantes modos de queimar o incenso que te corrompia. As névoas, nunca sonhaste quem eram, nunca disseste que eram o milagre exposto nas colinas. Corres e gritas, acendes a luz no temor de estar vivo e querer ir para além das apostas no mijo de querer ser mais do que aquilo que viste no espelho, enfim... Eu nunca hei-de saltar à corda, por mais anos que respire, a corda irá estar sempre demasiado alta para o tamanho das pernas. Estou demasiado ocupada a rondar as órbitas dos planetas que vivem longe daqui.

quarta-feira, agosto 30, 2006


Success ?

There are those with the skills for fashion. There are those with the ability to pursue an objective, an idealized project to throw your whole self in it, despite contrary wills or opinions, even without ready means. There are those who learn easily and there are those that simply are born with a gift. There are those with the capacity of making connections everywhere and these sociabilities will help and guide them throughout the way. There are those that can make others laugh or feel curious. There are those that haven't got anything besides a well structured family that is a practical parachute for them in every casuality. I haven't got any of this shit. I'm "George Constanza on the run" type. And that's what makes me special: appart from being the average guy on various matters, i am nothing. That's an accomplishment by itself. With no pretensions, no skills, no objectives besides lying around. I believe that kind of human presence has to be defended.

quinta-feira, agosto 24, 2006


Na Terra dos Sonhos

Andava eu sem ter onde cair vivo. Fui procurar abrigo nas frases estudadas do senhor doutor. Ai de mim não era nada daquilo que eu queria. Ninguém se compreendia e eu vi que a coisa ia de mal a pior...
Na terra dos sonhos, podes ser quem tu és, ninguém te leva a mal. Na terra dos sonhos toda a gente trata a gente toda por igual. Na terra dos sonhos não há pó nas entrelinhas, ninguém se pode enganar. Abre bem os olhos, escuta bem o coração, se é que queres ir para lá morar.
Andava eu sózinho a tremer de frio. Fui procurar calor e ternura nos braços de uma mulher. Mas esqueci-me de lhe dar também um pouco de atenção. E a minha solidão não me largou da mão nem um minuto sequer.
Na terra dos sonhos, podes ser quem tu és, ninguém te leva a mal. Na terra dos sonhos toda a gente trata a gente toda por igual. Na terra dos sonhos não há pó nas entrelinhas, ninguém se pode enganar. Abre bem os olhos, escuta bem o coração, se é que queres ir para lá morar.
Se queres ver o Mundo inteiro à tua altura Tens de olhar para fora, sem esqueceres que dentro é que é o teu lugar. E se às duas por três vires que perdeste o balanço... Não penses em descanso, está ao teu alcance, tens de o reencontrar.
Na terra dos sonhos, podes ser quem tu és, ninguém te leva a mal. Na terra dos sonhos toda a gente trata a gente toda por igual. Na terra dos sonhos não há pó nas entrelinhas, ninguém se pode enganar. Abre bem os olhos, escuta bem o coração, se é que queres ir para lá morar.

Jorge Palma

sexta-feira, agosto 18, 2006

Sombras

Não se sabe o que deve digitar. A metamorfose atinge os rastos de um hábito que se desfez, mas os gestos continuarão, a mexer em objecto nenhum, a escrever em ecrãn nenhum, sem aparecerem as palavras. Continua-se o gesto, em sinal de respeito robótico, a mímica deliciosa e confortável do passado que já não é.
Parece tudo agora brinquedo do 'faz de conta', cujas cores se apreenderam e se desfazem em cinzento preto, branco do nada. As percepções desajustadas das configurações constantes e quotidianas do real produzem um som dilacerante. O som do aconchego brusco nas lamas movediças, progressivamente enterrando os pés que permitiam andar, as mãos que permitiam fazer e o cérebro que permitia pensar.



Apenas a constância do cometa que passa brilhante e resgata um sorriso. Abraças-me e eu agradeço o alimento.

sábado, maio 27, 2006

Fui ver as vacas. No meu íntimo, existia o desejo secreto de que fossem vacas verdadeiras, que produzissem cócós naturais em frente às lojas finissímas e em frente às ourivesarias. Quase parei para contemplar a vaquinha dos gatinhos, até dei por mim a pensar: "Que bonita que está esta vaquinha. Quem me dera estar tão bonita como ela".
Ou seja, viva as vacas. Mas que sejam tudo menos pretas e brancas... Em vez de verdadeiras e de verterem cheiros e volumes menos próprios, que sejam antes de massa, gesso e cerâmica, com gatos pintados ou até aristocráticas. Vacas no Chiado, sim. Mas só de brincadeirinha. Ai... As vacas... esses animais pré-históricos do passado agrícola de um portugal longínquo.

terça-feira, maio 09, 2006

Tudo aqui.
Mas eu sei que esse sorrir esguio e cremoso não é um sorriso... é um pedido de socorro, de uma bóia que te salve do teu próprio naufrágio.