quinta-feira, novembro 06, 2008


Barack venceu e o discurso comove. Nota-se uma diferença nas ruas, nos autocarros, as pessoas estão um pouco diferentes. A linguagem corporal das pessoas de etnia africana modificou-se, denota-se um orgulho na postura do corpo e uma satisfação interior inegável nas expressões faciais agora diferentes, isto aos olhos de uma caucasiana comum. A sociabilidade heterógenea torna-se de repente mais integrada nas normas quotidianas de interacção social em transportes públicos. Mas não concordo que se deva celebrar este momento como se fosse o cume de toda a história. Não estou contente por Barack ser eleito por ser negro, mas pelas ideias políticas que defende e pela tónica de coragem que imprime aos seus discursos. Não por ser negro, porque esta é uma mudança que há muito se devia, que é quase obrigatória em todas as nações que excluem do acesso ao poder as minorias, ignorando as potencialidades de cada um e concentrando as estratégias apenas num único grupo social dominante, normalmente do género masculino e branco.
E finalmente a lágrima rola, aí sim, quando se verifica que nas palavras, Obama não é arrogante nem vingativo.